Alinhar expectativas e confiança de todos na empresa é o primeiro passo para conseguir engajamento.

No momento em que o final do ano fiscal de cada organização se aproxima, é chegada a hora de refletir sobre o nível de alcance dos resultados do exercício em vigor e definir as metas para o próximo. E agora, como envolver os gestores para que o sentimento de dono seja compartilhado? Como avaliar se os desafios são factíveis?

No artigo anterior apresentei a importância de possuirmos uma base de dados confiável, portanto esta etapa foi vencida e os esforços serão voltados para as análises e projeções.

Um dos métodos clássicos é entender o resultado passado e acrescentar um índice de aumento ou redução dependendo do tipo do indicador, de forma empírica ou analisando o mercado para acompanha-lo, ou superá-lo, de acordo com o segmento de atuação. Existem diversas críticas acerca desta forma, inclusive noto que algumas organizações esquecem o efeito da sazonalidade neste momento e do envolvimento da equipe para a negociação do valor a alcançar.

O que aconselho aos empreendedores, antes de qualquer coisa, é fazer uma pergunta simples tanto para vocês quanto para a sua equipe: “Está clara a autoridade e responsabilidade de cada um? Está claro o papel de cada um dentro da organização?” Por diversas vezes nos surpreendemos com as respostas, que devem ser sinceras e, para que isto ocorra, proporcione um ambiente de ganha-ganha com a sua equipe, onde a transparência ficará acima de quaisquer outras características.

Este é o primeiro passo para a construção de um elo muito importante: o alinhamento das expectativas e da confiança!

Estando claro o papel e a expectativa de cada um, surge outra questão: “como medir o desempenho perante os objetivos organizacionais?”.

Lembre-se: “Identifique indicadores simples, comece com dois ou no máximo três por gestor.” Exemplos: Faturamento Líquido, Produtividade, Gastos por Centro de Custos, Turn Over, dentre outros.

Solicite análises para cada gestor. Deixo abaixo uma lista de perguntas interessantes:

·  Quais foram os melhores desempenhos internos alcançados nos últimos 12 meses e com que frequência aconteceram?;

·  Conseguiria repetir com maior frequência os resultados fora da curva?;

·  Existem dados no mercado do indicador que estamos analisando? Quais são as referências?;

·  Qual a capacidade nominal do indicador de desempenho analisado? Qual seria o Estado da Arte para este indicador? (Não significa que devamos alcançar da noite para o dia este patamar);

·  Ao analisar o Plano Estratégico o que acontecerá de diferente? Como contribuirá para a melhoria do indicador? Caso não tenha o planejamento estratégico estruturado, quais ações a organização e ou sua área estão planejando de diferente para o próximo ano?;

· Dica: algumas empresas possuem metodologias voltadas para análise de projetos que auxiliam na melhoria de diversos indicadores, exemplos: aumento do faturamento com aquisição de novas empresas; sinergia entre as áreas concentrando processos de back-office, aumentando a produtividade e ganho de escala; utilização de novas tecnologias reduzindo os gastos; e assim por diante. Não se esqueçam de acrescentar os ganhos advindos dos projetos na meta da organização e da área;

· Será que a sazonalidade interfere na curva mensal de alcance da meta? Lembro que em uma das organizações que trabalhamos, ao analisar o histórico de faturamento, existiam três momentos no ano em que o valor reduzia, para tanto, planejamos estrategicamente, fazendo com que novos produtos, serviços e até mesmo os existentes, suprissem essa sazonalidade desfavorável. Pense como fazer isto na sua empresa;

Com as respostas dos gestores, avalie quais estão com o nível de detalhamento suficiente para definição dos desafios organizacionais. Pergunte, desafie e, principalmente, delegue a autoridade e responsabilidade para os seus gestores.

Outra pergunta que costumo fazer é: “Para a empresa sobreviver, crescer e perdurar, qual o valor da meta que você colocaria em determinado indicador?” Com isto conseguiremos envolver ainda mais a equipe.

O objetivo das perguntas acima é de exemplificar. Elas, por si só, não esgotam o tema de se obter os valores das metas a serem alcançadas pelas equipes. No entanto, comecemos simples, para depois sofisticarmos.

Neste momento, lembro o que um grande mentor sempre me disse: “O exemplo vêm de cima!”. Portanto, comecemos conosco: estamos fazendo as perguntas acima e as respondendo?

Eduardo Bezerra é CEO da Exection, e conta com mais de 15 anos de experiência em conusultoria em gestão empresarial.

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